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Artigo
DECÁLOGO DO FRACASSO NO CONTROLE DA DENGUE:
05. INFLUÊNCIAS POLÍTICO-PARTIDÁRIAS NAS DECISÕES
Como, já anteriormente, tivemos a oportunidade de considerar
– e de um modo bastante insistente de nossa parte, pela
importância que ocupa, assim como pela grande dificuldade de se
olhar para esse lado –, um dos grandes empecilhos para a
eficiência dos governos de qualquer esfera é a
pressão comum promovida pelos interesses
político-partidários, em especial, quando não
enxerga limites.
Nessa esteira, em se tratando da Dengue, há sérios riscos
de descontrole quando acontece dos momentâneos detentores do
poder pelo povo concedido, se arvorarem a prepotência de tudo
saber e de tudo decidir sob o único foco de seus interesses que,
finalmente, muito raramente coincidem com os da
população. Dessa árvore, em se tratando de
Saúde Pública, o fruto que se poderá colher
será, tão somente, o desastre epidêmico. Não
há como tergiversar sobre o tema.
O país tem já seus inúmeros exemplos, suficientes
para se refletir a respeito. Regiões econômicas
importantes e que são dominadas politicamente pelo mesmo
partido, e durante muito tempo seguido, costumeiramente sofrem desse
mal. Décadas de domínio induzem à
formação de paradigmas equivocados que se traduzem,
às vezes, por desconsideração de uma realidade
que, embora insistentemente batendo à porta, não lhe
é prestada a devida atenção. Nessas
condições, há muita dificuldade para a
mudança de rumo, para se decidir pela atitude necessária
e correta que essa realidade demanda.
Assim, até onde for possível, há que se buscar
proteção desse Leviatã que a tudo pretende
devorar; há que se conquistar o resguardo, necessário e
suficiente, para que a Vigilância à Saúde,
responsável pelo controle da Dengue, não se veja,
então, à mercê daquelas influências, ou
não haverá controle da doença. Os
municípios que atentaram para este cuidado colhem hoje os bons
frutos de suas decisões a respeito. E ainda permanecem
fortalecidos politicamente.
Ocultar, por exemplo, dados que refletem as condições
epidemiológicas do município, do mesmo modo que fomentar
a aparência e a forma em detrimento do conteúdo, pode, em
um instante imediato, garantir alguns dias de tranquilidade
política, mas não conseguirá conter a avalanche
resultante da perda de precioso tempo consumido pela inércia da
população enganada. Quanto menos um povo estiver
informado, tanto menos agirá. E, nesse caso, o que se espera da
população é justamente sua ação para
o controle da doença, que dela não se pode prescindir.
No controle de uma doença como a Dengue, que tanto exige a
participação de todos, uma população
informada de sua realidade é muito mais facilmente mobilizada
para o trabalho que lhe compete do que uma população
iludida por dados que, com vistas ao resguardo político,
são manipulados. Assim se dá, simplesmente porque,
aqueles através dos quais se dá o efetivo controle,
constituem a própria população que, por isso,
necessita estar muito bem informada não só das
condições de infestação pelo mosquito, mas
também da situação de contaminação
pelo vírus em seus bairros, vale dizer, dos casos confirmados da
doença. E, portanto, desconhecer esse postulado
epidemiológico condena, no mínimo, a declarar-se
incompetente para a gestão do assunto e, desse modo, assumir o
desastre. É o que se tem visto, também com certa
frequência, pelo país afora.
A verdade, então, assim se resume: controle da Dengue é
matéria para técnicos planejando e operando, e para
políticos garantindo todos meios necessários, inclusive a
imprescindível governabilidade. Onde foram observadas respostas
de efetivo sucesso, quase sempre esta foi a receita adotada. Que,
então, não se consuma um único centavo dos
recursos públicos em ações para o controle da
Dengue sem o atendimento a essas premissas, porque o esforço
será vão, os recursos desperdiçados e a luta
inglória!
Por outro lado, demonstra a sua sabedoria política, todo
governante que, sabendo navegar por essas águas, opta pela
garantia de sucesso dessa empreitada, porque dela colherá os
reais louros, garantindo resultados seguros para a saúde de seu
município e a confiança da população em sua
gestão. O controle da Dengue é objetivo que pode ser
atingido e necessita, para tal, do braço forte de um gestor
responsável e comprometido com a saúde pública.
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