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DECÁLOGO DO FRACASSO NO CONTROLE DA DENGUE:
08. INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL


Duas situações podem ser observadas quanto à iniciativa da Administração Municipal em relação às ações para o controle da Dengue: 1) não toma as medidas necessárias, através das atividades das equipes de Vigilância à Saúde, em tempo hábil; ou, 2) essa Vigilância, por sua vez, age em seu tempo, mas não consegue mobilizar os demais segmentos da Administração Municipal, como, por exemplo, os de Infraestrutura ou Serviços Municipais, Planejamento, Educação, Meio Ambiente, Jurídico, etc..

Em qualquer uma das situações supramencionadas, o resultado fica comprometido, uma vez que a eficiência do real controle da Dengue no município é resultante de diversas ações multidisciplinares, que devem ser conduzidas por todos aqueles variados segmentos.

Quando um Município, que deveria atuar através de seu setor de Vigilância à Saúde, não toma as medidas devidas para o controle da Dengue, deve o Estado intervir, seja com suporte técnico-operacional, quando este não existir no município, seja com medidas de coação para que realmente se efetivem as ações necessárias, naturalmente quando existam recursos e equipes para tal na estrutura municipal.

A população local, no entanto, não pode ficar à mercê de uma Administração inoperante, ou pagará o preço da epidemia. Porém, do mesmo modo, em uma situação maior, regional, os municípios circunvizinhos não podem, também, se submeter às condições ambientais epidêmicas criadas pelo vizinho inerte.

Por outro lado, quando a inércia fizer morada em outros setores do governo municipal, caberá, então, ao gestor maior da Secretaria de Saúde, quando de suas gestões junto ao chefe do Executivo, garantir que sejam tomadas ações em tempo hábil pelas demais Secretarias, de modo tal a que se obtenha, de fato, o cumprimento de todas aquelas medidas componentes do planejamento, que já antes devem ter sido instituídas, através do Plano MUnicipal de Controle da Dengue.

Nesse contexto, podem ser observadas áreas públicas sem a necessária manutenção, propiciando, assim, o surgimento de criadouros do vetor, seja pela ausência de manutenção e limpeza constantes, seja pela coleta inadequada de resíduos domésticos e comerciais, seja, finalmente, pela ausência de uma regular drenagem de coleções hídricas. De modo semelhante, também os próprios municipais, como são as escolas e demais prédios da Administração Municipal, devem cuidar para que não se transformem, eles mesmos, em imensos criadouros públicos do mosquito vetor.

O que se espera, finalmente, é que sempre se observe, enfim, uma pronta resposta de todos os segmentos do Poder Público, como as Secretarias, Fundações e Autarquias de cada um dos municípios, cumprindo com as responsabilidades que lhes são devidas, a fim de que possa esse mesmo poder público coagir a sociedade no sentido de proceder de forma semelhante. Não há espaços nem tempo disponível para a procrastinação quando se tratar de epidemiologia, já o dissemos; e, desse modo, qualquer ausência, na hora devida, de uma ação que é esperada, eliminará a possibilidade de controle.

[ do livro DENGUE o que todos precisam saber ]


Citação:

[ Texto de Ricardo B. Buchaul, em www.chegadedengue.com.br ]

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@ by buchaul