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Artigo
DECÁLOGO DO FRACASSO NO CONTROLE DA DENGUE:
01. AUSÊNCIA DE UM PLANO DE CONTROLE DA DENGUE
O controle de uma doença de natureza endêmica como a
Dengue que, por reiteradas vezes, evolui para uma
condição de epidemia, com centenas e até mesmo
milhares de casos, não será alcançado de modo
pontual, com ações emergenciais, tomadas em razão,
tão somente, das circunstâncias, isto é, sem um
devido e necessário planejamento para ações
permanentes e abordagens perenes e dinâmicas, sobretudo pela
imensa quantidade de variáveis que precisam ser atendidas de
modo a se obter o sucesso pretendido em toda a área de
abrangência do município.
Quando na ausência do planejamento devido, as
ações, então tomadas, terão as
características da prática comum de "apagar
incêndio", das medidas desesperadas diante do desastre, e
não resultarão, fatalmente, em um controle efetivo da
doença no município, mas em uma ilusão
efêmera de redução de casos naquele momento. Uma
visão sanitarista, mais ampla, calcada em valores
epidemiológicos, denotaria o equívoco.
Trata-se, no entanto, de uma experiência que tem se apresentado
de modo muito comum nos municípios brasileiros. Diariamente,
pode-se ler nos noticiários de todo o Brasil, sobretudo nos
virtuais, manchetes como: "Iniciado o combate contra a Dengue", "Este
ano a campanha contra a Dengue será mais intensa",
"Mutirão mobiliza o bairro...".
Ora, os trabalhos contra a Dengue não se iniciam: eles
simplesmente permanecem, ao longo de todo o ano, e continuam nos anos
seguintes. Não existe sazonalidade nesses trabalhos. As medidas
tomadas, os esforços empenhados, não dependem das
condições do tempo, da temperatura, das chuvas, enfim, de
nada!
Também não são realizados neste ou naquele bairro,
mas em todo o município, à medida que o monitoramento,
que também é permanente, indica regiões de maior
infestação do vetor, de circulação do
vírus, de características e circunstâncias
propensas à uma condição de
infestação, etc..
Assim, todo o trabalho - que é permanente, insistimos - precisa
ser muito bem planejado. As equipes, necessariamente, devem ser
divididas em função de suas respectivas
atribuições e o comando de cada uma entregue a um
responsável, que prestará contas diariamente.
É preciso planejar as ações que serão
tomadas, em função das circunstâncias das diversas
regiões da cidade e acompanhar, diariamente, os seus resultados,
analisando-os sob um enfoque sanitarista, e nunca burocrático. O
objetivo deve ser o controle, e o precioso tempo, já sempre
escasso nas ações de epidemiologia, deve ser muito bem
aproveitado, não se permitindo os costumeiros desvios de
viés academicista, que nada contribuem para o controle efetivo.
Sua não observância irá condenar os resultados a um
jogo de roleta, sob o qual ninguém sabe o que vai acontecer. Na
verdade, na ausência de um adequado planejamento para todas as
ações de controle da Dengue, é possível,
sim, fazer uma previsão: o fracasso.
Planejar de modo profissional necessita ser abordado como uma regra, e
não uma exceção. Definitivamente, sem um adequado
planejamento, não haverá controle da Dengue.
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